"Farsa de Inês Pereira", de Gil Vicente

 

A Sofia V. tem uma capacidade de visualizar as personagens muito interessante, mesmo nas margens do manual. E nós aproveitamos tudo. Esta é a mãe da Inês Pereira...



Pedido sem retorno

Em pleno século XXI os jovens estudam Gil Vicente, o que é importante pois é cultura portuguesa, no entanto esta informação não é utilizada no seu quotidiano. Para além disso esta obra apresenta valores que não são exemplares como podemos perceber através de algumas personagens: Inês que é irónica, infiel, maliciosa e manipuladora; Escudeiro que é machista, cobarde, opressor e aldrabão; Mãe de Inês que quer um casamento arranjado e é interesseira tal com Lianor Vaz; Ermitão que é amante de Inês e entre outras personagens.

Uma vez que os jovens são o nosso futuro, temos o dever de lhes dar ferramentas úteis para o seu desenvolvimento, com isto pretendemos ter uma educação culturalmente rica mas adequada aos dias de hoje.

Depois de muito pensar e discutir, chegamos a uma brilhante conclusão: juntando o útil ao agradável, gostaríamos de propor à companhia de teatro do Algarve (ACTA) uma peça de teatro que coloque frente a frente a obra de Gil Vicente com a atualidade.

Pretendemos desenvolver este projeto com a ajuda da nossa professora Maria de Jesus contactando a ACTA, quem estiver interessado em participar contacte o email: gilvicentevsatualidade@hotmail.com. 

 

Com efeito fizemos uma exaustiva pesquisa as opiniões dos nossos colegas e concluímos que: se Gil Vicente fosse uma refeição seria a sopa, pois é aquele prato que, apesar de ninguém gostar, é obrigado a comer. 

Iara, 10G


Casamentos estratégicos

Na “Farsa de Inês Pereira” a personagem principal, Inês, deseja casar. Durante a farsa todas as personagens (a mãe, Leonor, Inês, Escudeiro, Judeus, Pero) revelam querer o casamento por outras razões sem ser por amor. Por exemplo, Inês quer casar para ter a sua liberdade, a mãe e Leonor querem assegurar o futuro de Inês, o escudeiro deseja as potenciais riquezas que Inês pode trazer, os judeus só procuram pagamento.

Estes casamentos estratégicos ocorriam na altura que esta obra foi escrita. As pessoas casavam por razões egoístas e nestes casos era comum haver amantes; estes casamentos eram frios sem amores, só ocorriam por razões terceiras.

E hoje?

Daniel, Lucas, Rodrigo, 10º G


A Farsa do Século XXI

    Na “Farsa de Inês Pereira” a ideia de casamento era completamente diferente da atualidade.

   Na Idade Média, século XVI, as jovens sonhavam ter o casamento perfeito com o homem ideal, e Inês não era diferente. Queria um homem bem-falante que tocasse guitarra e não importava se era rico ou pobre.

   A mãe de Inês discordava, pois na altura o casamento era um negócio entre famílias de forma a beneficiar ambas as partes.

   Esses casamentos não eram bem como as jovens sonhavam, pois após casar, os homens, na maioria, revelavam-se machistas e autoritários porque limitavam a liberdade das mulheres, mantendo-as em casa trancadas somente a fazer as tarefas domésticas.

  Nos dias de hoje, século XXI, ainda existem casos semelhantes, e apesar das mentalidades terem mudado e as mulheres terem mais direitos, há homens que ainda as tratam como naquela época. É daí que surgem muitos casos de violência doméstica e divórcios.

 

Diana, Beatriz, 10 G


Problemas da sociedade vistos por Gil Vicente

A “Farsa de Inês Pereira” de Gil Vicente é um género pertencente ao modo que apresenta normalmente o tema do engano. Nesta farsa estão presentes várias personagens, cada uma com os seus objectivos (Inês Pereira, escudeiro, Pero Marques, Lianor Vaz, a mãe, ermitão, os judeus casamenteiros, o moço e as moças).

 De facto as atitudes de cada personagem prevêem interesses, por exemplo Inês Pereira pretendia arranjar um marido só para ser livre, fugir à vida que tinha para poder viver alegre, também crescer socialmente. Para o alcançar, Inês tem de ser maliciosa, materialista, interesseira e mentirosa. Estas características verificam-se hoje-em-dia, pois existem pessoas que estão dispostas a sacrifícios para conseguirem o que querem. Por exemplo, podemos comparar a necessidade de Inês querer casar com um homem afortunado com exemplos de jovens que, hoje-em-dia, estão dispostos a casa com pessoas com grande diferença de idade, só pelo facto de serem ricos.

 Na nossa opinião, este comportamento é uma falta de respeito perante o companheiro, porque, de facto, não há um sentimento de amor correspondido, só amor material, e isso é visto como uma traição.

Conclusão: Gil Vicente trouxe-nos esta obra para demonstrar à sociedade os seus problemas, e 600 anos depois, ainda se testemunha este problema.

 Jéssica, Laura, Rodrigo, 10º G


Pero Marques na sociedade

  O Pero Marques, é um personagem que se apresenta como um homem de bem, honesto e de boas intenções. Mas, por outro lado, revela-se também um homem rústico, desconhecedor das regras de convivência social, ignorante e ingénuo -- o que não corresponde aos padrões da Inês, sendo então o pretendente rejeitado.

 Pero Marques durante a peça faz-nos sentir diversos sentimentos, tal como o sentimento de pena e de raiva. Quando nos referimos a pena é pelo facto de gostar muito da Inês, e a mesma abusar da sua bondade. E em relação ao sentimento de raiva, por permitir que ela o trate assim e por não perceber as suas reais intenções.

 Nos dias de hoje a personagem de Pero Marques está muito presente, mas não de uma forma tão clara porque existem vários casos parecidos. Ou seja, não existe um que possamos julgar ser mais ingénuo.

Apesar de na peça o pretendente ingénuo, traído e demonstrador de um amor genuíno ser representado por um homem, atualmente vemos com mais frequência a mesma situação nas raparigas/mulheres.

 Emilly, Mariana, Mara, Rose, Tatiana, 10º F

 

 


O escudeiro

No inicio da obra "Farsa de Inês Pereira" composta por Gil Vicente, o Escudeiro é uma personagem que nos ilude em relação aos seus comportamentos, porque em casa ele tem comportamentos agressivos e de um homem dominador, que não tem medo de nada.

Estes comportamentos desaparecem quando o Escudeiro parte para a guerra. Durante este tempo em Arzila o escudeiro revela-se uma pessoa covarde e medricas, pois ele morre de uma forma pouco honrada ao tentar fugir da guerra onde é morto por um mero pastor mouro.
Hoje em dia, na nossa sociedade, ainda existem pessoas assim como o escudeiro, por exemplo nos relacionamentos quando o homem não deixa a mulher ir a lado nenhum nem vestir-se de certas maneiras, vê sempre com quem está a falar no telefone mesmo que a parceira não queira. Dá assim ideias que é um homem dominador sem medo de nada, mas quando alguém lhe faz frente para lhe dizer que não pode tratar a parceira daquela maneira ele fica com medo e abandona de imediato o local.
Infelizmente ainda existem muitas pessoas como o escudeiro.
Pedro, Alin, João e Armando, 10ºF